sábado, 2 de julho de 2011

Dinheiro e Galinhas



 (...)
Vamos imaginar que um granjeiro estava no mercado da vila e queria comerciar por um cesta de maçãs. Ele não tinha com ele suas galinhas, assim ele pode escrever uma nota para o vendedor das maçãs intitulando-o a vir a sua granja a qualquer tempo e pegar duas galinhas sadias. O granjeiro seria capaz de ir embora com sua cesta de maçãs e então competiria ao dono das maçãs visitar a fazenda um dia para fazer cumprir a nota e pegar suas duas galinhas. Por tanto tempo quanto as pessoas acreditem na habilidade do granjeiro em honrar suas notas, ele será capaz de utiliza-las para troca.



Vamos agora imaginar que quando o dia se encerra, o dono das maçãs decide dar uma olhada ao redor do mercado. Ele chega a um mercador de roupas. A esposa do homem das maçãs tem estado perturbando-o a dias para comprar alguma da nova seda que acabou de chegar em uma caravana do Oriente Médio. A vida doméstica do dono das maçãs tem sido miserável pelas incessantes exigências dela e a negativa dela dos confortos de esposa, então ele negocia com o mercador de roupa por alguma seda.

O mercador de seda. contudo, não precisa de mais maçãs, então o homem das maçãs se
lembra que ele tem uma nota para duas galinhas e pergunta ao mercador se ele deseja
ficar com elas. O mercador diz que sim, e o dono das maçãs entrega a ele a nota das
duas galinhas em troca da seda. Agora é com o mercador ir a granja e resgatar a nota.
As galinhas nunca sairam da granja, embora elas tenham trocado de propriedade duas
vezes em um dia. Este tipo de troca foi tudo para que o papel moeda foi criado; mas
você vê a tentação que ele pode despertar?

Se o granjeiro sabe que algum tempo se passará antes que ele deva resgatar as notas
com galinhas reais, ou que algumas de suas notas circularão para sempre e nunca
venham ao resgate, ele pode ser tentado a emitir mais notas do que ele realmente tenha
em galinhas, pensando que ele será capaz de cobrir todas as notas ao tempo em que elas
voltem para ele.

A tentação agora obtém o melhor do granjeiro.
O granjeiro tem uma família grande reunida vindo e ele quer impressionar seus parentes
de uma vez realizando uma festa opulenta. De volta ao mercado, ele vai onde ele
escreve as notas para as galinhas que ainda não foram chocadas e se armazena com uma
abundância de bens de outros mercadores. Várias coisas agora acontecem. O granjeiro
continuará com isto, se ele sempre é capaz de preencher a demanda por galinhas quando
as notas vem para resgate. Uma outra coisa que pode, e frequentemente ocorrerá, é que
ele sature tanto o mercado local com suas notas de galinhas que a maioria das pessoas
não as queira mais, então ele deve oferecer até mesmo mais frangos por cada comércio
para fazer as pessoas sentirem que isto vale durante algum tempo.

Ele está agora escrevendo notas para duas ou três galinhas em troca de itens para os
quais ele anteriormente não havia emitido uma única nota de galinha. Na medida em
que estas notas circulam, elas se tornam menos e menos valiosas porque há muitas
delas. Emite-se uma espiral viciosa: quanto mais notas emite o granjeiro, menos valioas
elas se tornam, e mais ele tem que emitir para obter o que quer. Isto é conhecido como
inflação.

Agora vem a pior parte.
Com mais e mais notas circulando, um número crescente de notas começará a vir para
resgate. Logo o granjeiro verá que sua real riqueza, que é o seu suprimento de galinhas,
está se tornando rapidamente esvaziado, até mesmo embora somente uma pequena
porção de suas notas emitidas tenha voltado. Para preservar suas galinhas, ele deve
diminuir o valor das notas ao declarar que as notas emitidas agora só são boas para
metade do que elas dizem. Isto é chamado desvalorização

Já que o granjeiro pode achar difícil admitir que ele havia emitido muito mais notas do
que ele tinha em galinhas, ele pode tentar salvar sua reputação ao mentir, tal como dizer
que uma feroz doença de galinhas tinha dizimado metade de sua granja. Isto
provavelmente não evitará que ele se torne muito impopular. A fé pública em suas notas
será destruída. Ele tera que reverter de volta a troca direta, ou ele precisará adquirir as
notas de alguém mais para continuar comerciando no mercado.
Como podemos ver, as notas de papel, ou dinheiro, são enraizadas nos bens reais e
devem significar uma expressão que o criador das notas tem algo de valor para
comerciar.

Em contraste com as notas estão as moedas, que funcionavam de certo modo
diferentemente. Os metais sempre tem sido considerados valiosos, e então as peças de
metal eram convenientes instrumentos de comércio. As peças de metal eram impressas
em vários desenhos, portanto se tornando moedas, e sua pureza metálica era garantida
pelo impressor. Os valores das moedas eram inicialmente determinados pela quantidade
e pureza do metal contido na moeda. O ouro era um metal raro e popular, então as
moedas feitas de ouro eram mais caras e tinham um valor mais alto de troca do que, por
exemplo, as moedas de cobre.

As moedas de metal se tornaram um instrumento popular de troca porque elas eram
duráveis e as quantidades podiam ser controladas. Elas criaram alguns problemas,
contudo. Realisticamente, as pessoas estavam apenas comerciando peças de metal por
outros bens. Isto criou uma ênfase desproporcionada sobre os metais. A aquisição de
moedas e metais moeda se tornou uma obsessão para muitas pessoas, e tais obsessões
tendem a drenar a energia melhor gasta em produzir outros bens valiosos e serviços.

O sistema também deu uma quantidade desproporcional de poder para aqueles que
possuiam grandes quantidades de metal em moeda, até mesmo embora outros bens, tais
como alimentos, sejam por último mais valiosos. A pessoa com as moedas de metal
podia imediatamente adquirir qualquer bem ou serviço, mas um fazendeiro primeiro
tinha que ir através de um passo intermediário de trocar seu produto por uma moeda ou
metal moeda antes que ele pudesse ter a mesma flexibilidade de gastar.

As moedas de metal se uniram com as notas de papel para criar a fundação de nosso
moderno sistema monetário nos anos de 1600. Aqueles que estabeleceram esta fundação
eram reportadamente ourives. Os ourives geralmente possuiam os cofres e fechaduras
mais seguras da cidade. Por esta razão, muitas pessoas depositavam suas moedas de
metal com os ourives para salvaguarda. Os ourives emitiam recibos aos depositários
onde prometiam pagar aos mantenedores dos recibos em demanda estas quantidades de
ouro ou prata mostradas nos recibos. Cada um destes recibos era realmente uma nota
que podia circular como dinheiro até que uma pessoa que a tivesse voltasse ao ourives
para resgatar isto pela quantidade especificada de metal.

Os ourives fizeram uma importante descoberta. Sob circunstâncias normais, somente
por volta de 10% a 20% de seus recibos até mesmo voltava para resgate a qualquer dado
tempo. O resto circulava na comunidade como dinheiro, e por uma boa razão. O papel
era mais fácil de carregar do que pesadas moedas e as pessoas se sentiam mais seguras
mantendo os recibos ao invés de manterem o real ouro e prata. Os ourives entenderam
que eles podiam emprestar dos metais não resgatados e cobrar juros, e portanto ganhar
dinheiro daqueles que tomavam o empréstimo. Ao fazer um tal empréstimo, contudo, o
ourives tentaria convencer a quem tomava um empréstimo que o fizesse na forma de um
recibo ao invés de faze-lo em metal real. O tomador do empréstimo podia então circular
esta nota como dinheiro.

Como podemos ver, os ourives agora haviam criado ‘dinheiro’ [seus recibos] pelo dobro
da quantidade real de metal em sua salvaguarda: primeiro para o original depositário,
e então para aquele que tomava o empréstimo. O ourives nem mesmo possuia seu próprio
metal em sua segurança, ainda que ao simplesmente escrever um pedaço de papel,
alguém agora possua seu dinheiro acima do verdadeiro valor sob sua guarda. O ourives
pode continuar a escrever suas notas tão longo as notas que venham ao resgate não
excedam seus depósitos reais de metais preciosos. Tipicamente, um ourives emitiria
notas quatro ou cinco vezes em excesso de seu real suprimento de ouro.
Tão lucrativa quanto esta operação possa ter sido, havia algumas armadilhas. Se notas
demais do ourives voltassem para o resgate rapidamente demais, ou se os tomadores de
empréstimos dos ourives fossem vagarosos em repagar, o ourives podia ser dizimado. A
credibilidade de suas notas seria destruida. Se o ourives dirigia cautelosamente sua
operação, contudo, ele logo se tornaria muito rico sem nunca haver produzido algo de
valor.

A injustiça deste sistema é óbvia. Se para cada saco de ouro que o ourives tinha em
depósito, as pessoas agora possuiam dele o equivalente a quatro sacos, alguém tinha que
perder. Na medida em que a dívida pública do ourives aumentava, mais e mais riqueza
real e recursos eram possuidos por ele. Já que o ourives não estava produzindo qualquer
riqueza ou recurso real, mas estava demandando uma parte sempre crescente deles por
causa de suas notas de papel, ele facilmente se torna um parasita sobre a economia. O
resultado inevitável foi o enriquecimento do ourives cuidadoso que se tornou banqueiro
ao custo do empobrecimento de outras pessoas na comunidade.
Este empobrecimento foi manifestado ou pela necessidade das pessoas abrirem mão de
coisas de valor ou em sua necessidade de trabalhar para criar a riqueza necessária para
repagar ao banqueiro. Se o ourives não fosse cuidadoso e sua bolha monetaria
explodisse, as pessoas ao seu redor sofreriam de qualquer modo, devido a interrupção
causada pelo colapso do banco dele e a perda de valor de suas notas, ainda em
circulação.

Tal foi o nascimento do banco moderno. Muitas pessoas sentem que isto é um sistema
inerentemente desonesto. E é. Ele também é social e economicamente desestabilizante,
ainda que todos os maiores sistemas monetários e bancários mundiais hoje operem em
uma estreita variação do sistema que acabei de descrever.

(...)

do Livro de William Bramley: Deuses do Eden

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1 comentários:

Unknown disse...

Perfeito.

Achamos os culpados, ainda que óbvios:

Os banqueiros.

Realmente, se as pessoas se juntassem, pelo menos, já temos um alvo certo e sem erros.
Boicotar os bancos.

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